No interior do Amazonas, a cidade de Ipixuna atingiu o pior Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) de todo o Brasil, segundo um levantamento recente realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Com uma pontuação de apenas 0,1485, Ipixuna é classificada como uma cidade de desenvolvimento crítico. Este estudo analisou a situação de 5.550 municípios brasileiros e utilizou indicadores essenciais como emprego e renda, saúde e educação para calcular o índice, sendo que Ipixuna ficou entre as últimas colocadas no país, destacando-se negativamente.
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal é uma ferramenta que permite avaliar as condições socioeconômicas das cidades brasileiras. A metodologia aplicada pela Firjan é baseada em dados oficiais do governo e abrange áreas fundamentais para o bem-estar da população. O município de Ipixuna, localizado na calha do rio Juruá, no Amazonas, foi um dos mais impactados, refletindo sérios problemas em áreas como saúde, educação e geração de empregos. Com o pior desempenho no índice, a cidade enfrenta enormes desafios em termos de infraestrutura e qualidade de vida.
Além de Ipixuna, outro município do Amazonas, Jutaí, ocupa a quarta posição entre os mais mal colocados no estudo. Jutaí alcançou 0,1802 pontos, também evidenciando a disparidade no desenvolvimento socioeconômico dentro do estado. O Governo do Amazonas foi questionado sobre os índices baixos dessas cidades, mas até o momento, não houve um retorno oficial sobre as medidas que estão sendo tomadas para melhorar essa situação alarmante. A falta de políticas públicas eficazes parece ser um dos principais fatores para o baixo desempenho dessas localidades.
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal classifica os municípios em quatro faixas de desenvolvimento: crítico, baixo, moderado e alto. O conceito de desenvolvimento crítico, como o de Ipixuna, é atribuído às cidades com pontuação entre 0 e 0,4, o que reflete uma grave falta de acesso a serviços essenciais e a um padrão mínimo de qualidade de vida. Em contraste, as cidades mais desenvolvidas, como Água de São Pedro e São Caetano do Sul, com pontuação acima de 0,8, demonstram avanços significativos em todas as áreas analisadas, criando um abismo entre as diferentes regiões do Brasil.
A situação de Ipixuna e de outras cidades com desenvolvimento crítico revela um atraso significativo em relação aos municípios mais desenvolvidos, com uma média de 23 anos. Isso significa que as populações dessas áreas enfrentam um longo caminho a percorrer para alcançar padrões básicos de qualidade de vida, como educação de qualidade, acesso à saúde pública eficiente e oportunidades de emprego. Esse atraso é um reflexo da desigualdade regional, que impacta principalmente as regiões Norte e Nordeste do país, onde muitas cidades ainda lutam para superar condições precárias de infraestrutura e serviços.
Os especialistas apontam que o principal desafio das cidades com baixo desenvolvimento é a falta de investimentos em áreas cruciais como educação e saúde. O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, destacou que é preciso um esforço conjunto entre governo e sociedade para promover mudanças estruturais nas cidades mais afetadas. Segundo ele, o estudo é uma ferramenta importante para identificar as áreas mais vulneráveis e ajudar na formulação de políticas públicas que possam reverter o quadro de desigualdade e promover um desenvolvimento mais equitativo.
Além dos desafios imediatos, a Firjan alerta para a necessidade de ações de longo prazo para garantir que os municípios com desenvolvimento crítico possam melhorar suas condições socioeconômicas. Isso inclui não apenas o aumento de recursos financeiros para investimentos em infraestrutura, mas também a criação de programas que incentivem a geração de empregos e a educação de qualidade. O estudo, que foi realizado com base nos dados de 2023, mostra que, em média, os municípios brasileiros avançaram no índice de desenvolvimento, mas as disparidades regionais continuam a ser um obstáculo para o crescimento sustentável.
O caso de Ipixuna e outras cidades do Amazonas é um alerta para a urgência de medidas que garantam a inclusão social e o acesso a serviços essenciais em todas as regiões do Brasil. O levantamento da Firjan oferece um retrato fiel das desigualdades existentes, e os dados devem servir como base para a elaboração de políticas públicas que promovam a redução das desigualdades e o fortalecimento da economia local. Com mais de 5.500 cidades analisadas, o estudo evidencia as grandes diferenças no desenvolvimento do Brasil, onde algumas localidades ainda enfrentam dificuldades que comprometem o bem-estar de seus habitantes.
Autor: Sokolov Harris