Em 2024, as prefeituras do Amazonas receberam um montante significativo de mais de R$ 2,8 bilhões, conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Esse valor é destinado a diversas áreas, incluindo a educação, que é fundamental para o desenvolvimento das crianças e jovens do estado. No entanto, a falta de transparência e prestação de contas por parte de algumas administrações municipais levanta preocupações sobre a utilização desses recursos.
Dos 62 municípios do Amazonas, oito não apresentaram as contas referentes ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de 2024. Essa situação é alarmante, pois a prestação de contas é essencial para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira adequada e em benefício da educação. A ausência de relatórios pode indicar problemas na gestão financeira e na aplicação dos recursos.
Os relatórios de situação de entrega dos municípios podem ser consultados no Sistema de Informações sobre o Orçamento Público em Educação (Siope). Essa plataforma é uma ferramenta importante para a transparência e o controle social, permitindo que a população acompanhe como os recursos estão sendo aplicados nas escolas e na valorização dos profissionais da educação. A falta de informações por parte de algumas prefeituras compromete essa transparência.
Conforme dados do Siope, as prefeituras que não prestaram contas são: Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Envira, Itapiranga, Jutaí, Lábrea e São Sebastião do Uatumã. A ausência de prestação de contas por esses municípios é preocupante, pois pode afetar diretamente a qualidade da educação oferecida. A falta de transparência pode gerar desconfiança na população e comprometer a relação entre a administração pública e os cidadãos.
As transmissões de informações sobre a utilização dos recursos são feitas de forma bimestral. Nos meses de janeiro e fevereiro, apenas 48 prefeituras, o que representa 77,41%, declararam as transmissões. No segundo bimestre, que abrange março e abril, 47 prefeituras, ou 75,8%, informaram as prestações de contas. Esses números indicam que, embora a maioria das prefeituras esteja cumprindo com a obrigação, ainda há um número considerável que não o faz.
No terceiro bimestre, que inclui maio e junho, 42 prefeituras, ou 67,74%, declararam informações sobre os gastos com educação. Em julho e agosto, esse número caiu para 36 prefeituras, representando 58,06%. A situação se agravou ainda mais no bimestre de setembro e outubro, quando apenas 23 municípios, ou 37,09%, declararam os custos com recursos federais. Essa queda na prestação de contas é um sinal de alerta para a gestão pública no estado.
No último bimestre do ano, que abrange novembro e dezembro, apenas duas prefeituras, ou 3,22%, informaram os gastos com recursos do Fundeb. Essa drástica redução na transparência é inaceitável e deve ser abordada com urgência pelas autoridades competentes. A falta de prestação de contas não apenas compromete a educação, mas também prejudica a confiança da população nas instituições públicas.
Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades estaduais e federais adotem medidas para garantir que todas as prefeituras cumpram suas obrigações de transparência e prestação de contas. A educação é um direito fundamental e deve ser tratada com a seriedade que merece. A sociedade civil também desempenha um papel importante nesse processo, exigindo responsabilidade e transparência na gestão dos recursos públicos destinados à educação.