Educar de forma integral é também abrir espaço para que os alunos desenvolvam consciência ambiental por meio de vivências artísticas e culturais. Para a autora e conhecedora do assunto Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, a interseção entre cultura, arte e sustentabilidade nas escolas é um caminho potente para formar cidadãos mais sensíveis, criativos e engajados com o mundo.
Projetos escolares que envolvem múltiplas linguagens artísticas e culturais, com foco no meio ambiente, têm se mostrado altamente eficazes para promover o aprendizado significativo. Essas experiências despertam a imaginação, fortalecem vínculos com a natureza e incentivam a reflexão sobre os impactos das ações humanas no planeta.
A arte como linguagem ecológica na escola
A linguagem artística, quando aplicada ao contexto ambiental, amplia a compreensão dos alunos e estimula o engajamento de forma natural. Pintura, música, teatro, dança, escultura e literatura são formas de expressão que traduzem o cuidado com o meio ambiente em cores, sons, gestos e palavras.

Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, quando a criança é convidada a representar um animal ameaçado ou a criar um objeto com material reciclado, ela está, ao mesmo tempo, aprendendo sobre ecologia e exercitando sua criatividade. Esse processo desenvolve o senso estético, o senso crítico e o senso de responsabilidade.
Cultura local e sustentabilidade: raízes e pertencimento
Projetos que valorizam as tradições culturais do território onde a escola está inserida também contribuem para uma educação ambiental mais conectada com a realidade dos alunos. Festas populares, saberes indígenas, danças regionais e lendas locais podem ser integrados às ações sustentáveis, fortalecendo a identidade cultural e o respeito à diversidade.
De acordo com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, unir cultura e sustentabilidade é uma forma de mostrar às crianças que o cuidado com o meio ambiente também passa pela valorização da história, dos costumes e das práticas ancestrais. Essa abordagem amplia o pertencimento e a consciência de que proteger o planeta é uma ação coletiva e contínua.
Literatura infantil como fio condutor de projetos integrados
A literatura infantil tem se mostrado uma excelente ponte entre arte, cultura e meio ambiente. Livros que abordam a fauna, os biomas brasileiros, os ciclos da natureza ou a relação entre seres humanos e animais, como Bichos Vermelhos, criam oportunidades de reflexão e criação para os alunos.
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora do livro Bichos Vermelhos, destaca que a literatura tem o poder de emocionar e provocar. Quando a escola utiliza uma história como ponto de partida para atividades artísticas, rodas de conversa ou intervenções no espaço escolar, ela promove uma educação ambiental que dialoga com o imaginário e com a realidade dos alunos.
Projetos interdisciplinares que geram impacto
Um bom exemplo de conexão entre cultura, arte e sustentabilidade são os projetos interdisciplinares realizados por muitas escolas públicas e comunitárias. Neles, professores de diferentes áreas trabalham em conjunto para criar experiências educativas completas: uma peça de teatro sobre animais em extinção que envolve pesquisa, produção de cenários com material reutilizado e criação coletiva de roteiro, por exemplo.
Segundo Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, esse tipo de proposta faz com que o aluno se sinta parte de algo maior. Ele aprende com o corpo, com a emoção e com o grupo. E é exatamente essa aprendizagem viva que mais impacta e transforma.
Conclusão: a escola como espaço de criação e consciência
Projetos escolares que conectam cultura, arte e sustentabilidade são mais do que estratégias pedagógicas — são caminhos de formação integral. Ao oferecer às crianças experiências significativas, sensíveis e conectadas com o mundo, a escola contribui para o desenvolvimento de seres humanos mais completos, críticos e afetivamente ligados à natureza.
A atuação de Lina Rosa Gomes Vieira da Silva nos mostra que é possível unir diferentes saberes para construir uma educação que transforma. E quando essa transformação começa na infância, ela se espalha — na escola, na família, na comunidade e no planeta.
Autor: Sokolov Harris