Segundo Paulo Roberto Gomes Fernandes, nos Estados Unidos, grupos ambientalistas voltaram a se mobilizar contra a construção do túnel sob o Lago Michigan destinado a abrigar o oleoduto da Linha 5, operado pela Enbridge. Segundo essas organizações, o projeto poderia prejudicar pântanos e afetar habitats de morcegos na região, especialmente espécies como o morcego-orelhudo-do-norte e o morcego-tricolor.
A proposta do túnel foi apresentada em 2018 como solução estrutural definitiva para evitar danos por acidentes envolvendo embarcações, risco evidenciado em 2018, quando uma âncora quase rompeu a tubulação existente no fundo do lago. O Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA analisou os potenciais impactos ambientais e, embora tenha reconhecido a existência de efeitos indiretos, aproximou-se da aprovação do projeto, especialmente após determinação da administração Trump para acelerar licenças consideradas estratégicas para a política energética nacional.
Pressões políticas e jurídicas marcaram o avanço do projeto
Com estudos ambientais em fase final, a Enbridge ainda dependia da licença do Departamento de Meio Ambiente, Grandes Lagos e Energia de Michigan. Contudo, ambientalistas pressionavam o estado para negar a autorização, enquanto a procuradora-geral Dana Nessel mantinha ações judiciais que buscavam obrigar a remoção da tubulação existente.
A análise técnica mencionou possíveis impactos temporários, como ruído, iluminação excessiva e tráfego intenso de caminhões durante os seis anos previstos de construção. Também citou impactos permanentes, como remoção de vegetação e alterações pontuais na paisagem. Ainda assim, o Corpo de Engenheiros avaliou que o túnel eliminaria o maior risco atual: o rompimento acidental sob o estreito.
Medidas de mitigação e compromissos ambientais
A Enbridge afirmou que cumpriria todas as normas de segurança, replantaria vegetação nativa, limitaria atividades ruidosas ao período diurno e compensaria áreas úmidas afetadas por meio de créditos ambientais. A empresa também destacou que instalaria ventilação adequada no túnel durante a escavação para evitar riscos de explosão devido ao encontro entre gás e água.

Nesse contexto, a participação brasileira no projeto chamou atenção: Paulo Roberto Gomes Fernandes, presidente da Liderroll, acompanhava as discussões técnicas e aguardava o avanço das aprovações. A companhia detinha a tecnologia patenteada para lançamento de dutos em túneis, já validada em diversos países.
Liderroll e o desafio técnico do lançamento do oleoduto
A obra previa um túnel de sete quilômetros, com metade do trajeto em declive e metade em aclive, além de um diâmetro limitado a cinco metros — um desafio logístico significativo. Paulo Roberto Gomes Fernandes explicou que a Liderroll possuía expertise consolidada nesse tipo de projeto, tendo atuado em obras como os túneis do Gasduc III e do Gastau, no Brasil.
Em visita ao local, Paulo Roberto Gomes Fernandes avaliou que a técnica brasileira de roletes motrizes permitiria lançar a tubulação com segurança mesmo em condições restritivas como as encontradas no Lago Michigan. Ele reiterou que a empresa estava preparada para fornecer a tecnologia e o suporte operacional caso o projeto fosse autorizado.
Críticas ambientais e histórico do oleoduto
Grupos como a Earthjustice insistiam que o Corpo de Engenheiros não havia considerado suficientemente riscos de vazamentos fora da área do túnel. A advogada Julie Goodwin criticou a análise oficial, afirmando que os impactos indiretos continuavam subestimados.
O oleoduto da Linha 5, em operação desde 1953, transportava petróleo bruto e líquidos de gás natural entre Wisconsin e Ontário. Cerca de seis quilômetros da linha cruzavam o Estreito de Mackinac, e preocupações sobre sua integridade tinham se intensificado após sucessivos incidentes.
Diante desse cenário, Paulo Roberto Gomes Fernandes reforçou que a solução técnica do túnel representava redução expressiva dos riscos ambientais. Ele destacou que o projeto dependia de decisões regulatórias, mas que a Liderroll permanecia pronta para contribuir com o fornecimento de tecnologia e supervisão especializada.
No encerramento das análises ambientais, o executivo observou que a aprovação definitiva seria decisiva para transformar o projeto em obra concreta. A expectativa era de que, com a licença emitida, a Enbridge avançasse para a fase de construção, etapa que também contaria com a experiência acumulada pela equipe liderada por Paulo Roberto Gomes Fernandes.
Autor: Sokolov Harris
